segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Comoção e muita dor marcam sepultamento de Arthur

Segunda-feira- 01 de janeiro de 2018
Nos atos fúnebres a dor de um pai que sepultou seu primeiro filho
“Foi a cena mais triste que eu já vi na minha vida”. A frase partiu de Vagner Guastucci, um dos presentes ao velório do bebê Arthur que foi sepultado às 14 hs de hoje no Cemitério Municipal. Guastucci se referiu ao gesto do pai Rubilar Dias, 38 anos, de praticamente se arrastar, tal a carga emocional, da porta da Capela Mortuária até o túmulo onde o filho foi sepultado no Cemitério Municipal.

Caminhando curvado e abraçado ao pequeno caixão de cor branca, o pai repetia continuamente: “Meu filho tão pequeno, nunca vou te esquecer”. O percurso foi o fim de um sonho que durou seis meses, período em que Arthur suportou na barriga da mãe, mãe esta que não estava presente já que a cesariana realizada madrugada a fez ficar internada no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas FAU.

Minutos antes, outra cena de cortar o coração dos presentes: O caixãozinho que até então estava fechado, foi aberto para que o pai cumprisse um desejo da mãe: tirar uma foto do filho para que ela pudesse de alguma forma o conhecer. O choro extremo tomou conta das dependências.
- Quero agradecer de coração a todos que nos ajudaram- limitou a se a dizer o pai, referindo-se a quantia arrecadada junto à comunidade, algo em torno de 15 mil reais, para custear a estadia de Ana Paula, a mãe, em São Paulo talvez por um ano.

Ocorre que ao receberem os mais de 9 mil reais arrecadados pelo programa Bom Dia Nativa, Ana se queixou de dor nas costas e de cólicas, frisando que as cólicas é que a preocupavam.
Ela que estava com 26 semanas, não sabia, mas já era o inicio do trabalho de parto muito influenciado por uma infecção urinária tratada, mas não curada durante a gestação, conforme avaliaram os médicos.

Ana e Patrícia Peres, a madrinha do bebê, seguiriam para São Paulo amanhã, 02, para que os médicos do Hospital de Clínicas realizassem exames modernos e se confirmada a Hérnia Diafragmática Congênita -HDC, uma hérnia que se encontrava entre os pulmões do feto impedindo os órgãos de se desenvolverem, uma balão seria inserido através da traqueia direto nos pulmões num procedimento intrauterino que só pode ser realizado até 28 semanas de gestação e ela já estava com 26.

Mas infelizmente não deu tempo. As dores aumentaram e Ana foi levada ao hospital local na véspera do ano novo. Já na instituição houve  rompimento da bolsa e ela teve que ser levada de ambulância as pressas para Pelotas onde passou por uma cesariana, pois havia o risco de morte para ela também.

Arthur nasceu vivo, mas sofreu três paradas cardiorrespiratórias, foi reanimado pela equipe médica, mas teve outra e não resistiu.

O pai anunciou que o dinheiro arrecadado será doado, de que forma ainda não sabe e nem para que pessoas ou instituições.
Nael Rosa- redator responsável
Contato: 53-84586380
Naelrosa@nativafmpiratini.com

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