Terça-feira- 04 de agosto
Para
evitar a disseminação de uma bactéria que atinge os cavalos, a Secretaria da
Agricultura estuda a adoção de uma tornozeleira com lacre para identificar os
animais que fizeram o teste e estão isentos da doença.
Há menos de dois meses foi
registrado o primeiro caso de “mormo” no Rio Grande do Sul. Um cavalo
apresentou sintomas da doença no município de Rolante.
Desde então, fiscais da
Secretaria da Agricultura têm realizado reuniões frequentes com criadores e
promotores de eventos para alertar sobre os riscos da disseminação dessa doença
infectocontagiosa.
A bactéria Burkholderia mallei conhecida como
mormo, acomete normalmente os equinos, que têm de ser sacrificados. É uma
zoonose transmitida por secreção nasal, saliva, urina e fezes. Atinge a
corrente sanguínea e dissemina para outros órgãos. Pode ser contraída por
outros animais como cães, gatos, alguns ruminantes e até pelo ser humano,
podendo levar à morte. Tratadores, veterinários e trabalhadores de laboratórios
estão mais sujeitos à contaminação. Não existe um tratamento eficaz. Um animal
tratado pode tornar-se portador assintomático, e continuar disseminando a
doença sem apresentar sinais clínicos. Por isso, é recomendado sacrificar e
cremar o animal.
A Secretaria está
preocupada com a proximidade de eventos como Expointer, neste mês, e Semana
Farroupilha, em setembro, onde há uma aglomeração muito grande de animais por
todos os municípios gaúchos.
O órgão estadual mudou a
regra para transporte de cavalos. Agora,
é exigida a GTA – Guia de
Trânsito Animal para toda e qualquer finalidade de deslocamento dentro do
Estado. Antes, era necessário apenas para trânsito interestadual.
A guia é importante porque
contém o exame de sangue, que detecta as doenças. Em caso de identificação do
mormo, por exemplo, é possível rastrear a movimentação de todos os equinos
envolvidos e assim controlar a disseminação da bactéria.
A médica veterinária Rita
Domingues, fiscal da Secretaria da Agricultura, diz que não foram confirmados novos
focos de mormo, mas que há casos de animais que reagiram positivos ao teste de
triagem, sendo necessário o laudo confirmatório. Seria uma contraprova para
afirmar se os outros animais daquela propriedade são portadores da doença.
Cleber
Dioni Tentardini
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