sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A ORQUESTRA QUE SOMOS




            “Se alguém varre as ruas para viver, deve varrê-las como Michelângelo pintava, como Beethoven compunha, como Shakespeare escrevia.”
(Martin Luther King, político norte-americano, 1929-1968) 
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O sapateiro, o médico, o gari, o advogado, a dona-de-casa, o mecânico, o engenheiro, o agricultor, a empregada doméstica, o radialista – não vejo como diferençar em grau de importância uma profissão de outra. Cada uma  compõe a imensa orquestra da sociedade. Se somente um dos artistas falhar, a música não será a mesma.
Penso na cidade tocada pela vassoura do gari. Imagine se ninguém aceitasse trabalhar nesse valoroso labor: recolher, com a vassoura, as folhas secas das árvores, os plásticos e restos de cigarros deixados por pessoas que ainda não descobriram que o planeta é a casa de todos e por isso deve ser limpa em todos os seus meandros.
O gari soleniza os espaços públicos para que os transeuntes andem livremente pelas praças, calçadas, ruas, ruelas – higienicamente no direito constitucional de ir e vir. O gari dignifica a cidade. E dignidade não tem preço.
Recentemente, no mundo, outra profissão se expande com um viés de ecologia e inserção social: a de catador. Resíduos sólidos produzidos pela humanidade precisam ser reciclados: é o luxo que deve virar luxo, seja no reaproveitamento para tornar-se em produtos utilitários, seja para tornar-se húmus para a riqueza dos solos. Alguns se preocupam em escolher eufemismo para o ofício: “agente ambiental”. Qualquer que seja o nome, o mister é nobilíssimo.
Se cada um dos músicos da orquestra que somos buscar a perfeição em cada número musical, em cada ensaio, a apresentação final deverá ser bela, fascinante aos ouvidos onde chegar.
Cuidado: não vamos desafinar.


        JUAREZ MACHADO DE FARIAS
www.juarezmachadodefarias.blogspot.com 

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